Um dos principais defensores do mundo do movimento de software
open-source, Brian Behlendorf, falou na Digital Freedon Expo,
Universidade Western Cape, descrevendo as “Dez coisas que você pode não
saber sobre o Open-Source”.
O Behlendorf foi um desenvolvedor chave do serviço de Web Apache, sobre o qual mais da metade dos sites web do mundo rodam.
Aqui estão as dez coisas que você pode não ter um bom conhecimento sobre o software open-source:
1. O open-source antecede o software proprietário
A visão comum é que o open-source é algum tipo de
idéia nova radical, mas de fato, embora não expressamente chamada de
open-source, o código fonte do primeiro software de computador esteve
aberto à observação e modificações. Nos primeiros dias da computação,
quando os computadores centrais eram entregues em caminhões, as
companhias forneciam o software e, de fato, era esperado que fossem
modificados. Este modelo foi à regra e foi só em 1976 quando Bill Gates
postou a famosa carta no Clube Computacional Homebrew que exigia que as
pessoas deixassem de compartilhar o seu Altair BASIC que a idéia do
software proprietário começou a emergir. A Fundação Software Livre foi
começada em 1985 em resposta ao que foi visto como a nova idéia do
software que se conservava com código secreto.
2. Apache manteve a web sólida e livre
O Apache foi lançado em 1995, tempo em que o Netscape
era o navegador da web dominante e houve um medo de que, se a mesma
companhia possuísse o mercado de navegadores e o mercado de servidor,
eles teriam um controle muito grande e poderiam cobrar das companhias um
imposto nos moldes da hospedagem de web. O lançamento do Apache foi
feito com um duplo objetivo. Houve aspecto pragmático de esforços que se
combinam do melhor desenvolvimento e houve aspecto idealista de guardar
HTTP (protocolo de transferência de hipertexto) como um padrão aberto.
3. Open SSL manteve a criptografia disponível para todo mundo
4. Open-source ajudou a liberar o genoma humana
Antes que o mapeamento do genoma humano tivesse sido concluído, um consórcio comercial, Celera, estava seqüenciando o genoma com a intenção de patenteá-lo. Esta idéia irracional de patentear uma descoberta e não uma invenção começou a deixar muitos geneticistas preocupados. Aproximadamente em 2002 um estudante do doutorado, Jim Kent, escreveu 10000 linhas de código em Perl, desenvolvendo um programa que pudesse executar o número reduzido de dados brutos que foram necessários na seqüência do genoma. Este programa então foi rodado em mais de 100 servidores Linux e o genoma inteiro foi seqüenciado com sucesso alguns meses antes da Celera ter terminado.
5. Microsoft ama o Open-Source
Tão estranho que possa parecer, Behlendorf explicou que a Microsoft tem benefícios do desenvolvimento Open-Source e também incluiu seu software, que embora não “etiquetado como Open-Source”, para que tenha o código-fonte aberto. O primeiro uso do TCP/IP no Windows foi um porta do código da Berkley. Ele citou o trabalho que a Microsoft fazia com os programas de fonte abertos como MySQL, SugarCRM e JBoss. Codeshare, Channel 9 e outros web sites também foram citados como sinais positivos de que o gigante proprietário é aberto. Além disso, como Behlendorf exprimiu, “dragged kicking and screaming into the future”.
6. O altruísmo não é a única razão por que as pessoas contribuem para software Open-Source
Muitos contribuidores usam o software profissionalmente e se encontram realizando coisas como correções de falhas e adicionar novas características é muito mais fácil colaborando dentro de um grupo. Segundo uma pesquisa feita em 2006, a base existente de FLOSS representa 131.000 anos reais de esforços de uma pessoa desenvolvendo. Os custos do compartilhamento de código são baixos enquanto os benefícios são altos.
7. As comunidades online podem de fato fazer coisas
Enquanto a colaboração internacional entre vários contribuidores voluntários é de natureza propensa à desordem caótica, há uma nova espécie de gerência de software que está emergindo que maximiza o número de voluntários e o seu potencial para fazer uma diferença. Como há transparência, qualquer um pode ver o que foi feito no projeto, tornando fácil participar do mesmo.
8. O mais importante da liberdade: o direito ao Fork
Alguém pode criar a sua própria versão de uma parte existente do software Open-Source. Isto é importante na prevenção da monopolização do software. Este aspecto de OSS é o cheque essencial no poder do líder de desenvolvimento, como eles devem estar bastante abertos às necessidades e querem que a equipe deles não levem as pessoas a um outro projeto.
9. O Open-Source ainda pode modificar o mundo
Behlendorf acredita fortemente no poder do Open-Source para fazer o mundo um lugar melhor, citando muitos exemplos. Dentro do governo, ele acredita que o software Open-Source pode ajudar imensamente na contagem de votos de uma eleição de um modo digno de confiança e também com a transparência de ações de governo e política. Para países como a China onde é restringido o acesso à Internet, a Open-Source já foi próspera na ajuda de pessoas dentro desses países a conseguir o maior acesso superando a censura exercida neles. O terceiro mundo pode se beneficiar muito por iniciativas como o "Projeto Um Computador Portátil por Criança (OLPC)", que roda inteiramente sobre software Open-Source, com o objetivo duplo da criação e produção mais baratos e para que a suite possa ser modificada de acordo com as necessidades específicas de cada país. Luta de gerência de direitos digitais foi outro exemplo dado.
10. O Open-Source precisa da sua ajuda (seja quem for que você seja)
Cada pessoa que queira ajudar não precisa ser programador para ser capaz de dar suporte em projetos Open-Source. Pode começar a ajudar somente testando. Os programas recomendados que podem ser rodados em um sistema Windows incluem a suite de escritório OpenOffice e o Navegador de Web Firefox. Há um número de distribuições do Linux com CD “Lives” que pode ser testado sem modificar o seu CD, como Ubuntu. O desenvolvimento Open-Source acontece por fóruns e a participação em um fórum pode ajudar. Se você encontrar uma falha em uma aplicação Open-Source, informe aos desenvolvedores; isso também será muito útil. Outra forma de não-programadores bilíngües ajudar é na tradução do texto do programa.
Fonte: Tectonic
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